Sombras Chinesas*
O ar contido que precede o grito
Arrancar de minha boca fechada
As palavras que não valem mais nada
Fatalidade embriagada e mágica
Como sombras na parede do quarto
Como gatos à noite nos telhados
Consumir com fumaça o tempo
E tornar cada segundo sagrado
E orar por cada beijo roubado
E enxergar com meus olhos vermelhos
Vendo as sombras na parede do quarto
Destruindo a tirania do tempo
Derramando vinho barato na cama
Sob a luz de uma fogueira de cartas
* Poesia de Arthur Ribeiro
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