terça-feira, março 16

Poesia & Foto



Sombras Chinesas*

O ar contido que precede o grito
Arrancar de minha boca fechada
As palavras que não valem mais nada

Fatalidade embriagada e mágica
Como sombras na parede do quarto
Como gatos à noite nos telhados

Consumir com fumaça o tempo
E tornar cada segundo sagrado
E orar por cada beijo roubado

E enxergar com meus olhos vermelhos
Vendo as sombras na parede do quarto
Destruindo a tirania do tempo

Derramando vinho barato na cama
Sob a luz de uma fogueira de cartas

* Poesia de Arthur Ribeiro

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